Evidências do Amor” é um filme brasileiro de comédia romântica dirigido por Pedro Antônio Paes e inspirado na música “Evidências“, composta por José Augusto e Paulo Sérgio Valle e interpretada pela dupla Chitãozinho & Xororó. A história acompanha um casal, Marco Antônio (Fábio Porchat) e Laura (Sandy), que se apaixonam após cantarem a música juntos em um karaokê.
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Em meio a muitos altos e baixos, o casal acaba se separando, mas um ano depois do rompimento, Marco Antônio percebe que toda vez que ouve “Evidências” é transportado de volta a situações passadas, especificamente às discussões que teve com a ex. Determinado a se livrar dessas lembranças indesejadas, ele embarca em uma jornada para superar Laura, seguir em frente com sua vida e se livrar dessa maldição misteriosa. O filme também conta com Evelyn Castro, Larissa Luz e Fernanda Paes Leme.
Como qualquer movimento cinematográfico, as comédias românticas tiveram picos diferentes ao longo dos anos. Com ícones de cada geração, incluindo “Dirty Dancing“, “Never Been Kissed“, “50 First Dates“, “The Holiday” e “About Time“, o gênero está ressurgindo no calendário anual de Hollywood. Entre as diversas formas de retratar o amor de forma leve e inovadora, “Evidências de Amor” chega aos cinemas como uma mistura de referências tipicamente brasileiras, mas ainda abraçando alguns padrões da indústria.
Protagonizada por Fábio Porchat e Sandy, a história começa em uma noite comum, quando Marco e Laura se encontram em um karaokê e cantam juntos “Evidências”. A partir daí, eles se apaixonam e formam o que parece ser um casal perfeito, até o momento do “sim”. Incapaz de entender o que deu errado, agora toda vez que essa música toca, Marco é transportado para suas memórias com Laura, obrigando-o a enfrentar o passado.
Além da dupla principal, o filme ainda conta com Evelyn Castro, Larissa Luz, Fernanda Paes Leme e Samya Pascotto. Dirigido por Pedro Antonio Paes, conhecido por seus trabalhos em “Quase um Tio Perfeito”, “Altas Expectativas” e “Para Ryca! 2”, ele co-escreve o roteiro com Álvaro Campos (Alice e Sozinho) e Luanna Guimarães (Rental Esposa).
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E nessa ideia Louca…
A ideia de trazer clássicos da música brasileira para a dramaturgia não é necessariamente nova. Nos últimos anos, foram lançadas nos cinemas adaptações de faixas de Renato Russo, como “Somos tão jovens”, “Eduardo e Mônica” e “Faroeste Caboclo”. Aqui, o conceito muda, deixando a música como ponto de partida (e permanência) da história entre um casal que viveu um romance intenso, mas não se trata de uma adaptação.
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Para quem não é fã da música, há boas e más notícias: ela está ligada a toda a narrativa de Pedro Antônio, mas há também uma homenagem a outros grandes sucessos brasileiros. Rico em composições, o país sempre teve um catálogo de qualidade. Ainda assim, o excesso de algumas músicas no imaginário brasileiro deixa muita gente antipática com determinados títulos, tornando a premissa do filme no mínimo curiosa.
Como utilizar uma faixa extremamente replicada em bares de karaokê, rádios, viagens familiares, casamentos e festas de aniversário como fio condutor de um filme sem causar no público aversão a ela? Parte da resposta está na pluralidade de versões apresentadas e em suas letras poderosas, mas ainda assim, algumas pessoas podem sair do cinema precisando de uma desintoxicação de “Evidências” após o projeto.
Embora essa questão possa afastar algumas pessoas do cinema, ela tem lados interessantes: toda a estrutura do filme aponta como a vida de milhares de pessoas está entrelaçada com essas canções brasileiras – algo que é explorado criativamente na conclusão do filme.
Negar as aparências e disfarçar as evidências
Um dos grandes méritos de “Evidências do Amor” está na sua comédia. Todas as cenas entre Fábio Porchat e Evelyn Castro são marcadas por um excelente timing, fruto de anos de amizade e parceria no Porta dos Fundos, claro. Ligada à espontaneidade da comédia de esquetes do YouTube, a relação entre eles é fluida, auxiliada por um roteiro que parece reconhecer as qualidades da dupla.
Enquanto as duas primam pelo humor, Sandy é a responsável pelas passagens mais dramáticas e cotidianas de sua personagem. Neste retorno aos cinemas, a atriz e cantora luta um pouco para se sincronizar com as demais, sendo um tanto ofuscada pelo parceiro de cena. Apesar dessas questões, ela exala carisma em cenas focadas no romance (as cenas de dança na cozinha e mímica na lareira são deliciosas!).
Com inúmeras ambientações, o filme conta com excelente cinematografia, que consegue destacar o caráter urbano da história, e uma direção criativa que não tem medo de usar elementos visuais de fantasia. As viagens de Marco ao passado envolvem uma mistura de efeitos práticos e efeitos especiais, cujo resultado é satisfatório, alinhado à recorrente atuação exagerada de Porchat.
Por que viver fingindo se não consigo enganar meu coração?
Ao unir a musicalidade às múltiplas possibilidades do amor, “Evidências de Amor” surge como uma comédia romântica leve e inteligente. Agarrada a vários elementos da atualidade, com piadas que fazem referência a acontecimentos e memes contemporâneos, a narrativa é também um reflexo da sua época: há relações entre pessoas do mesmo sexo retratadas com naturalidade, os recursos tecnológicos são mencionados organicamente e a relação entre Marco e Laura levanta questões do nosso tempo .
Ao mesmo tempo que é uma festa para quem está atento às tendências das redes sociais, o filme também é um projeto para outro público: quem viu Sandy crescer ou tem “Evidences” como uma das grandes músicas de suas vidas. Utilizando outras músicas para se conectar ainda mais com o público, um trunfo amoroso direcionado a quem está há mais tempo na estrada do amor, o filme consegue se conectar com diferentes públicos.
Sempre bem-vindos no cinema brasileiro, elementos de fantasia ficam cada vez mais evidentes na produção nacional. Aqui, os roteiristas e o diretor misturam elementos de viagem no tempo de diferentes obras. Há uma sugestão de “Before the Coffee Cools”, um livro de Toshikazu Kawaguchi, com traços de “About Time” e “The Time Traveller’s Wife”, embora – spoiler! – Marco não pode mudar o que viveu.
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