A indústria do cinema espanhol tem se destacado pela sua consistência no streaming , lançando filmes anualmente que conseguem atrair a atenção do público, mesmo diante de desafios globais como pandemias. Esse sucesso é resultado não apenas do apoio financeiro substancial do governo, mas também do comprometimento dos criativos em se manterem ativos e inovadores intelectualmente. Um exemplo notável desse êxito é o filme “Viver Duas Vezes“, dirigido por María Ripoll.
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Lançado em 2019, o filme explora um enredo complexo em pouco mais de cem minutos, o que representa um desafio considerável devido ao profundo desenvolvimento dos personagens principais, incluindo um casal na faixa dos trinta anos, uma jovem e um homem de setenta anos. Estes dois últimos personagens são os verdadeiros impulsionadores da narrativa, destacando-se a atuação de Oscar Martínez, cuja presença é inegavelmente marcante.
Martínez, aclamado por seu papel em “O Cidadão Ilustre” (2016), tem sua performance amplamente reconhecida no filme. Sua habilidade em dar vida a personagens que inicialmente podem parecer distantes é notável, demonstrando uma maturidade artística que emociona e surpreende o espectador, inclusive a própria diretora, ao revelar nuances ao longo da história. Em “Viver Duas Vezes“, ele interpreta Emilio, um ex-professor de matemática que, apesar de parecer discreto em algumas cenas, oferece uma sutileza que enriquece o filme.
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De forma única, Ripoll não interrompe a rotina diária de Emilio para avançar na narrativa, mas sim utiliza flashbacks que apresentam ao espectador os momentos cruciais da juventude do protagonista. Esses momentos são capturados por uma cinematografia intencionalmente granulada que evoca a nostalgia e a poesia da descoberta do primeiro amor. Essas lembranças servem como prelúdio para a apresentação de Emilio, cujas peculiaridades são conhecidas por todos no café histórico de Valencia, onde até mesmo os detalhes de como ele gosta de seu lanche são respeitados.
O enredo se aprofunda à medida que Emilio enfrenta os estágios iniciais do Alzheimer, tentando esconder sua condição de sua filha Julia, interpretada de forma magistral por Inma Cuesta. As interações familiares durante um almoço revelam não apenas tensões, mas também afetos profundos, especialmente em conversas com sua neta Blanca, uma personagem que desafia Emilio, evidenciando a profundidade de seu relacionamento.
“Viver Duas Vezes” é um elegante enredo que mescla momentos leves e sombrios, habilmente elaborado por Ripoll e apoiado por atuações que capturam tanto a complexidade quanto a simplicidade dos estágios da vida humana.
Filme: Viver Duas Vezes
Direção: María Ripoll
Ano: 2019 Gêneros:
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